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sexta-feira, 21 de março de 2014

AGUA E COMBUSTIVEL

No futuro, você poderá ver um bando de gaivotas perdidas pairando em volta de seu posto de gasolina local. A razão disso é que, em vez de gasolina, os postos poderão estar cheirando como se fosse a praia. Isso depende das coisas darem certo para uma invenção criada por uma pessoa chamada John Kanzius, que criou um combustível alternativo tirado da água salgada. Por meio de uma descoberta absolutamente casual, Kanzius, um engenheiro de comunicação aposentado, descobriu uma coisa interessante: sob as condições apropriadas, a água salgada pode queimar a temperaturas incríveis. Com alguns ajustes, ela poderá servir como combustível alternativo para nossos carros no futuro.
salt water burning
Imagem cedida pela WPBF-TV
Sim, você está vendo a água queimar
A jornada de Kanzius até chegar a essa inspiração surpreendente começou com o diagnóstico de uma leucemia (em inglês) em 2003. Já prevendo a possibilidade de uma quimioterapia (em inglês) que poderia deixá-lo debilitado, ele decidiu que inventaria uma alternativa melhor para destruir as células cancerosas. Ele propôs usar seu gerador de radiofreqüência (RFG) e uma máquina que gera ondas de rádio e as focaliza em uma área concentrada. Kanzius usou o RFG para aquecer pequenas partículas metálicas inseridas nos tumores, destruindo-os sem danificar as células normais.
Mas o que um tratamento de câncer tem que ver com água salgada como combustível?
Durante uma demonstração do RFG, um observador notou que o aparelho estava fazendo com que a água dentro de um tubo de ensaio ficasse condensada. Se o RFG podia fazer a água condensar, teoricamente poderia separar o sal da água do mar. Talvez, assim, ele pudesse ser usado para dessalinizar a água, um assunto de proporções globais. O provérbio do velho marinheiro "Água, água por todos os lados e nem uma gota para beber" pode ser aplicado internamente da mesma forma - algumas nações estão ficando sem água e suas populações estão morrendo de sede, apesar de o mundo ser formado por 70% de água do oceano (em inglês). Um meio eficaz de remover o sal da água salgada poderia salvar inúmeras vidas. Portanto, não é surpresa que Kanzius tenha preparado seu RFG voltado para a dessalinização da água salgada.
Durante seu primeiro teste, contudo, ele notou um efeito colateral surpreendente. Quando Kanzius apontou o RFG para um tubo de ensaio cheio de água do mar, ele produziu faíscas. Essa reação não é normal para a água.
Kanzius tentou testar novamente, dessa vez acendendo uma toalha de papel e colocando-a em contato com a água enquanto a água estava no caminho do RFG. Ele teve uma surpresa maior ainda: o tubo de ensaio se inflamou e permaneceu aceso, enquanto o RFG ficou ligado.
As notícias da experiência chegaram com a alegação de ser uma espécie de piada, mas depois que os químicos da Universidade Penn State (em inglês) tiveram acesso ao RFG e fizeram suas próprias experiências, constataram que realmente era verdade. O RFG podia inflamar e queimar a água salgada. A chama podia atingir temperaturas tão altas quanto 1.650 graus Celsius (em inglês) e queimar enquanto o RFG estivesse ligado e apontado para ela.
Mas como é possível inflamar a água salgada? Por que os sujismundos descuidados que atiram pontas de cigarros (em inglês) acesos no mar não colocam todo o planeta (em inglês) em chamas? Tudo tem a ver com o hidrogênio. Em seu estado normal, a água salgada tem uma composição estável de cloreto de sódio (o sal), hidrogênio (em inglês) e oxigênio (em inglês) da água. As ondas de rádio do RFG de Kanzius, porém, rompem a estabilidade, desintegrando as ligações que mantêm as substâncias químicas da água salgada unidas. Isso libera as moléculas (em inglês) do hidrogênio volátil e o calor do RFG as inflama e queima indefinidamente.
Então, nossos carros logo estarão funcionando com água salgada em vez de gasolina? Pode ser que sim. Primeiro, existem algumas barreiras a serem superadas. Leia a próxima página e veja alguns dos problemas que precisam ser solucionados antes que possamos dirigir carros usando água salgada como combustível.

terça-feira, 18 de março de 2014

bacterias que comem energia

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A gente já ouviu falar sobre muitas dietas bizarras por aí. Coisas como Dieta da Bela Adormecida, Dieta da Sopa de Repolho, Dieta da Água Gelada, Dieta do Aleluia, Dieta do A Espera de Um Milagre, e por aí vai. A lista é infinita e, acredite, desse assunto eu entendo bastante. Mas, segundo descobertas dos cientistas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, uma simples e comum espécie de bactéria tem como dieta o que toda mulher maníaca por controle de peso gostaria ser capaz de fazer: elas se alimentam por luz do sol e eletricidade.
A bactéria Rhodopseudomonas plustris pode usar condutividade natural para puxar elétrons de minerais localizados remotamente em solos e sedimentos enquanto se mantém na superfície, onde absorvem a luz solar necessária para produzir sua própria energia.
Peter Girguis, um dos pesquisadores envolvido no trabalho, disse que quando pensamos em eletricidade e organismos vivos, já relacionamos diretamente com uma das mais clássicas criaturas da literatura, o tenebroso Frankenstein. Mas, na verdade, todos os organismos vivos usam elétrons, que conduzem eletricidade, para funcionar. “No coração desta pesquisa está um processo chamado transferência de elétrons extracelular (TEE), que envolve o movimento de elétrons dentro e fora das células. O que fomos capazes de mostrar é que estes micróbios pegam eletricidade, que vai para o seu metabolismo central, e descrevemos alguns dos sistemas que estão envolvidos nesse processo”, conta Girguis.
Antes, os cientistas achavam que os micróbios precisavam de ferro para os abastecer com as quantidades de elétrons necessárias para produzirem energia. Mas os testes mostraram que não. Ao ligar um eletrodo em colônias de micróbios em um laboratório, os pesquisadores observaram que eles poderiam pegar elétrons de fontes não ferrosas, o que sugere que também podem usar outros minerais ricos em elétrons – como outros metais e compostos de enxofre – encontrados na natureza.

O gene

Usando ferramentas genéticas, os pesquisadores também foram capazes de identificar um gene que é fundamental para essa capacidade de transportar elétrons. E compreender exatamente qual é o papel desse gene na condução dessas partículas subatômicas é fundamental para os pesquisadores, pois, também segundo Girguis, “genes relacionados são encontrados em diversos outros micro-organismos da natureza, e nós ainda não sabemos exatamente qual é o papel que desempenham neles. Isso apenas oferece uma evidência tentadora de que outros micróbios estão realizando esse processo também”.

quarta-feira, 5 de março de 2014

CARRO A AR

Carro movido a ar deve chegar ao mercado em 2016 (Fonte da imagem: Divulgação/PSAPeugeotCitroën)
Um veículo inteiramente movido a ar é algo que normalmente ocupa a tenra idade de cabeças particularmente inventivas — o tipo de projeção normalmente acompanhada por coisas como “um dia”. Mas esse dia deve estar mais próximo do que nos parecia há até pouco tempo. Dois engenheiros da PSA Peugeot Citroën acreditam, de fato, no ideal infantil.
Ao utilizar duas tecnologias bem conhecidas da indústria — o motor a gasolina e o sistema hidráulico —, Andrés Yarce e Karim Mokaddem contornam o velho problema de projetos baseados no ar como combustível. Trata-se da necessidade de energia para gerar energia, já que é preciso comprimir o gás para que ele devolva algum trabalho. E o resultado pode ser algo interessante tanto do ponto de vista econômico quanto do ecológico.
Carro movido a ar deve chegar ao mercado em 2016 (Fonte da imagem: Divulgação/PSAPeugeotCitroën)

Até 80% de economia

Para contornar a questão, o projeto Hybrid Air, coordenado pelos dois, apareceu com um sistema relativamente simples mas bastante eficiente. Conforme mostra o esquema acima, trata-se de um motor híbrido formado por dois tanques de nitrogênio, uma bomba hidráulica e um motor convencional movido a gasolina.
Dessa forma, embora não tenha concebido um bólido totalmente movido a ar atmosférico, o projeto Hybrid Air garante ser capaz de reduzir o consumo de combustíveis convencionais entre 60% e 80%, dependendo da utilização do veículo.
Carro movido a ar deve chegar ao mercado em 2016 (Fonte da imagem: Divulgação/PSAPeugeotCitroën)
Eis como a coisa funciona:
  1. O carro híbrido utiliza nitrogênio comprimido, o qual é armazenado em um tanque de alta pressão;
  2. Uma bomba hidráulica e um pistão comprimem o nitrogênio para dentro do acumulador — de forma que, quando o gás é liberado (através do pressionamento do acelerador), a bomba acaba por funcionar em sentido reverso, passando a atuar como um motor. A energia do fluido hidráulico em movimento envia força para as rodas;
  3. Uma vez que o fluido tenha passado pelo motor, ele escoa para o acumulador com menos pressão, sendo reservado para utilização futura; e
  4. Um motor movido a gasolina entra em ação em aclives ou qualquer momento em que uma aceleração mais pronunciada se faz necessária. Entre os modelos possíveis, encontram-se o I3 de 1.2L e 82 cavalos de potência (nos subcompactos) e o I4 de 1.6L e 110 cavalos de potência (nos compactos).

Um híbrido com vantagens adicionais

Durante uma utilização normal, o projeto da Peugeot Citroën deve funcionar basicamente como um híbrido elétrico-gasolina. Entretanto, em termos de produtivos, o Hybrid Car é tanto mais leve quanto mais barato, trazendo ainda a vantagem de não precisar reservar um espaço generoso dentro da estrutura para uma bateria de longa duração.
“O sistema foi desenvolvido para durar tanto quanto o próprio carro”, explicou Yarce. “A única manutenção possível deve ser uma recarga de ar.”
Carro movido a ar deve chegar ao mercado em 2016 (Fonte da imagem: Divulgação/PSAPeugeotCitroën)
De qualquer forma, o resultado do protótipo fez tanto sucesso que a PSA Peugeot Citroën decidiu colocar logo os veículos em fabricação. De fato, o Hybrid Air deve aparecer como opção em todos os Citroën e Peugeot subcompactos na Europa (e possivelmente em mercados internacionais) em 2016. Embora nenhum preço tenha sido anunciado até o momento, foi dito que o valor final deve ser praticamente o mesmo de outros híbridos movidos a gasolina. 


Leia mais em: http://www.tecmundo.com.br/carro/51881-carro-movido-a-ar-deve-chegar-ao-mercado-em-2016.htm#ixzz2v8vs6RgY